segunda-feira, 12 de março de 2012

A Teoria do Vidro de Éter

Quando um assunto específico é demasiado complexo, e os termos para descrever ou definir a descrição me faltam, gosto buscar explicações através de analogias.

Falando ainda sobre o que ocorre na morte e após ela, pode-se dizer que todas as tradições religiosas, místicas e mesmo a ciência apostam em alguma idéia. Creio que filosofar e meditar acerca desse tema integra a própria natureza humana – afinal, a única certeza de que temos é a de que vamos morrer algum dia.

Há diversas teorias a respeito do “depois”, e foi numa mistura das que considero mais plausíveis, que acabei chegando na teoria do vidro de éter.

Imagine um frasco de vidro fechado com uma rolha, contendo éter. Considere, agora, os materiais do frasco como sendo o nosso corpo físico (vidro e cortiça); as formas (vidro como frasco, cortiça como rolha vedante) que o compõem como sendo a alma; por fim, o éter como sendo o Espírito.

Aqui já nos deparamos com um fato: o Espírito, tal como o éter, quer escapar. Se tiver o espaço necessário, ele se vai - e, invariavelmente, isso acontece ao longo do tempo, enquanto escapa através da rolha.

O frasco de vidro pode chocar-se, lascar, trincar, e o seu conteúdo ainda permanecer intacto. Por outro lado, o menor impacto pode causar o dano invisível que permite o seu esvaziamento. A cortiça pode ressecar, contrair e simplesmente perder sua capacidade vedante, soltando-se do frasco: há n motivos que poderiam ser enumerados.

O mesmo acontece conosco em nosso dia a dia – podemos sofrer acidentes de todo tipo, ficar doentes e sair ilesos... ou simplesmente terminar a vida engasgando com um caroço de fruta.

Num caso de impacto violento, sabe-se que aquilo que quebrou era feito de vidro pelos cacos; e é possível estimar-se que era um frasco contendo éter pelo cheiro que fica no ambiente. No entanto, o que uma vez possuía forma e utilidade agora é um aglomerado amorfo de pedaços ao redor de uma mancha, e cheiro forte. O frasco de éter foi destruído e perdeu sua identidade.

Semelhante é a situação em mortes violentas, injustas, de pessoas com desvios etc. Cria-se uma mancha astral, a alma tende a ficar disforme, com emoções misturadas de forma equivocada e, claro, igualmente violentas ou problemáticas. Como dito acima, não devemos encarar estes casos como regra, mas sim uma tendência.

Temos uma obrigação pessoal de viver esta vida plenamente. Seja o que for que nos faça felizes, que nos preencha, o importante é que esta passagem por aqui valha a pena, lembrando que a verdadeira imortalidade reside no legado que deixamos.

Até mais,

Frater Amduscias

ANKH - USA - SEMB

segunda-feira, 5 de março de 2012

Idas e vindas aqui de novo

Pois é, faz tempo...

Bastante coisa aconteceu nos últimos anos, desde o último texto publicado aqui no blog. Andanças, desandanças, questionamentos, busca por mais e mais respostas. É até engraçado, mas a gente acaba sempre passando pelos mesmos lugares, quando ainda há algo por ser feito.

Uma mudança posso anunciar: pretendo escrever sobre aquilo que faz o incomum do comum, buscar o caroço no angu. Há tanta gente boa escrevendo sobre Magia em seus pormenores que decidi que expor uma visão mais pessoal sobre o ocultismo em geral. Este é um caminho construtivo, que gera o debate onde todo mundo sai ganhando.

Tenho trocado várias mensagens com outros Buscadores, e posso dizer que há muita coisa bacana saindo dessas conversas. Tenho algumas separadas e engatilhadas, que vou publicar logo na seqüência.

Espero que vocês gostem!

Frater Amduscias

ANKH - USA - SEMB

domingo, 4 de março de 2012

E depois?

Um dos temas mais abordados no ocultismo é a Morte. O que acontece, para onde vamos, como é... quem sabe dizer ao certo? Há muita especulação e, claro, também tenho minhas teorias a respeito.

Esta semana fui indagado por um Buscador com quem me correspondo frequentemente, que pediu para esboçar algumas idéias acerca desse tema. Segue:

Frater, boa tarde!

Mais algumas perguntas:

Após a morte física a alma é dissolvida para os elementos do plano astral com o passar do tempo, e o espírito ascende, e a reencarnação como funciona?

Interessante a questão abordada no livro Arvore da vida, sobre espiritismo, lembrei da minha sogra que me convidou para ir a um centro espírita pois cismou que minha esposa está com um encosto, pois muda de humor rapidamente tem crises de choro sem explicação, isso posso concordar, ela tem se comportado ultimamente bem agressiva, mas não concordo com negócio de encosto, mas vem a dúvida, primeiro, nunca passei perto de nenhum centro espírita, e sabendo que o médium é apenas um agente passivo de cascões astrais e totalmente além do controle consciente, sujeito a qualquer entidade.

Existe a possibilidade de uma pessoa ser atacada por uma entidade inferior ou cascões? e o que pode ser feito? Visto que muitas pessoas procuram pelos espíritas e curandeiros justamente por este fim, pedindo ajuda, mas como saber o que é realmente? O que é identificado na pessoa atacada?

O que pode ser acessado pelo médium espírita é apenas a alma em decomposição? E o espírito pode ser evocado?

Grato,


J. A.


Olá J. A.,

Há muitas especulações sobre o que acontece após a morte. Se existe reencarnação não sei dizer: pode ser porque não lembro, ou porque realmente não exista.

É dito que numa média de 7 anos terrenos após o falecimento da pessoa, a Alma é dissolvida sim, salvo em casos diferenciados. Quanto à questão do Espírito realmente não sei dizer se ele sublima logo após a morte ou se ele fica atrelado e vai sublimando aos poucos. É interessante observar que estes 7 anos também dizem respeito a um tempo médio de decomposição do corpo físico - logo, sim, acredito que possa haver um vínculo entre os três.

A Alma, na minha opinião, é um aglomerado eletromagnético que supostamente carrega os trejeitos e informações/dados da pessoa quando viva. A energia pode ser direcionada, ensinada, e neste caso ela FOI parte de um ser vivente com anseios e emoções; logo a Alma se comporta de forma repetitiva - como uma super forma pensamento, infinitamente mais complexa e elaborada. Procuro definir a Alma como o forro indispensável para a acomodação do Espírito no corpo físico.

No entanto, aos poucos ela vai se desmantelando. As informações ficam truncadas, quebradas pois, claro, ela está "desmagnetizando", já que não há mais o dínamo que a alimenta (corpo vivo). Em certos casos, os núcleos informativos mais fortes (gerados por emoções quando em vida) podem vir à tona e suprimir outros, fazendo com que espíritos com algum tempo de andança tendam a oscilar enormemente, como se sentissem dor ou ódio, por exemplo, sempre dependendo do que cultivaram quando em vida. O mesmo acontece com espíritos que têm morte violenta, pois o choque abala-os em todos os níveis. Mas isso é outro papo.

J. A., o médium não é apenas um agente passivo que incorpora cascões. Esta é uma visão cerrada e bastante curta de muitos magistas, e que precisa ser revista urgentemente. A coisa não é bem assim: o bom médium pode sim escolher se quer incorporar ou não (se não consegue isso, está em desequilíbrio ou precisa aprender a se dominar). E mais ainda, as entidades que costumam ter forças para incorporar bem e ser coerentes geralmente estão apoiadas em alguma egrégora - que lhes dá sustento e pára, ou pelo menos desacelera, o processo de desmantelamento energético (degradação da alma/espírito) em troca de vestir uma roupagem característica, levando aquela bandeira. E isso é um grande negócio para a entidade e para a egrégora!

Dificilmente a pessoa vai ser atacada por cascorões, pelo menos num momento inicial. Ela realmente precisa estar muito fraca em termos de energia, ou ter feito algo para atrair essas cascas. Lembre-se de que as cascas astrais estão em decomposição e desmanteladas, desfolhando-se, enquanto uma pessoa viva ainda está una e consequentemente é muito, muito mais forte. O que pode acontecer são vazamentos energéticos que ocorrem em casos específicos (tristeza, melancolia, depressão, raiva etc); então estes cascões vêem a energia afim com a deles e passam a se apoiar na pessoa, reforçando aquele campo vibracional. Isso é relativo a 90% dos casos de obessão, ou seja: a obessessão em menor grau é muito comum, mas o ataque, ao ponto de debilitar, é mais raro.

Na maioria das vezes basta apenas que se foque em objetivos claros e construtivos, que se faça orações/meditações/rituais (conforme a própria crença pessoal, para buscar união com aspirações elevadas), que a pessoa tome um chá de realidade e se recomponha. Buscar as origens e estancar o vazamento energético é primordial, seguido por uma boa limpeza astral - pois após o estancamento há rechaço na forma de uma piora momentânea do quadro da pessoa. Cada caso é um diferente e deve ser bem analisado.

Finalmente, essas entidades podem ser evocadas utilizando-se o método da Goécia. Um médium também consegue incorporar e encaminhar estas energias, mas precisa ser alguém bom e que saiba o que está fazendo. No entanto, estas entidades geralmente estão doentes e como falei, em decomposição. É preciso ter algum objetivo que faça valer a pena evocar tal energia, em qualquer caso.

No caso da evocação de Alma x Espírito: como falei antes, acredito que você evoque um misto de Alma e Espírito, mas que está desfolhando, desgrudando... um decompondo, o outro sublimando.

Lembro que estes pontos de vista são pessoais e em momento algum devem ser encarados como verdade absoluta, sendo apenas um apanhado geral daquilo que consegui observar até o momento.

Espero ter ajudado.

Abraço,

Frater Amduscias

ANKH - USA - SEMB