segunda-feira, 23 de julho de 2007

O Caibalion e Princípio de Causa e Efeito

"Toda a Causa tem seu Efeito, todo Efeito tem sua Causa; tudo acontece de acordo com a Lei; o Acaso é simplesmente um nome dado a uma Lei não reconhecida; há muitos planos de causalidade, porém nada escapa à Lei" – O CAIBALION

Toda ação gera uma reação, isso é fato comprovado pela própria Física. O Princípio de Causa e Efeito nos fala desta Lei, que é vigente em toda escala da Criação – desde os minúsculos átomos até galáxias inteiras (Princípio de Correspondência).

De toda causa resulta um efeito, e todo efeito tem uma causa, ou seja: absolutamente tudo acontece de acordo com a Lei, não existe acaso, tudo tem sua razão de ser.

Existem vários planos de Causa e Efeito. Há planos superiores que dominam os inferiores, mas nada escapa à Lei. Para ilustrar e exemplificar, vamos utilizar a visão da Cabala sobre o chok hagemul, ou Lei do Retorno.

Para tratar das várias dimensões da realidade, a Cabala utiliza-se de uma divisão em quatro planos, que são Assiah (Mundo Funcional), Yetzirah (Mundo Formativo), Briah (Mundo Criativo), e Atziluth (Mundo das Emanações). Esta divisão nos mostra como é pequena nossa percepção da realidade em que estamos inseridos, e como a grande maioria de nós está apta a compreender conscientemente apenas os ciclos de Causa e Efeito muito próximos.

No plano de Assiah, somos capazes de utilizar a lógica para determinar aquilo que é bom ou mal para nós em menor prazo. Estamos preocupados em obter rapidamente, minimizando ao máximo o custo a ser pago de imediato – porém, sem levar em consideração quaisquer reverberações posteriores destas ações.

Em Yetzirah, lidamos com nosso tesouro interno. Esta dimensão se expressa no tempo como o somatório do nosso passado emocional. Aqui reside a nossa ética, nossa honra, nossa grandeza como seres humanos: “meus negócios são bons apenas para mim, ou todos ganham comigo?”; “Faço algo por que isso será bom para ambos os lados, ou porque quero algo em troca adiante?”. Antes queríamos ganhar sem levar em conta como; em Yetzirah a maneira como ganhamos está sendo avaliada.

Quando chegamos a Briah, começamos a lidar com o Mérito de gerações passadas. Por exemplo, hoje talvez não estivéssemos vivendo com tantos problemas em nosso Planeta (poluição, superpopulação, exploração descontrolada de recursos etc), caso nossos antepassados fossem capazes de vislumbrar o resultado dos seus atos. Briah é o lugar onde nossa história coletiva é moldada ao longo dos anos, onde a nossa ação se junta à de milhares de outros seres humanos para se condensar e retornar a nós.

No universo de Atziluth, encontramos o fazer por fazer, destituído de qualquer desejo. Poder-se-ia dizer que esta é a dimensão onde reside a Vontade, cordão que une os seres humanos ao Divino. Pouco mais pode-se explicar a respeito de Atziluth, dada à distância que estamos de compreender este plano. Faço minhas as palavras de Nilton Bonder*, em seu "A Cabala do Dinheiro": “Esta é a dimensão espiritual, cuja percepção é fugidia. Nela pescamos sem redes – quando quase conseguimos perceber, algo nos escapa”.

É nestes quatro planos que a Lei de Ação e Reação atua. Uma ação pode reverberar reações em diversos planos, e aí está o segredo de como esta Lei pode ser explorada para benefício nosso e da humanidade.

Os Sábios Hermetistas observaram esta Lei e através dela aprenderam a controlar suas ações, para que possam colher reações sempre adequadas a seus objetivos. Assim, de meros peões de um tabuleiro de xadrez tornam-se os jogadores, empregando este Princípio ao invés de serem seus instrumentos.

Procurar aquilo que faz bem a nós e ao outro, que não afeta (rouba) o mundo em que vivemos, beneficiando as gerações posteriores da humanidade como um todo, nos leva a acumular pontos positivos com o Todo.

Fazer algo pensando apenas em si é egoísmo. Se optarmos, porém, pelo inverso, fazendo algo apenas pelo outro sem que nada de bom obtenhamos, é submissão: são dois extremos (Polaridade) nocivos, onde o ideal é encontrar o Equilíbrio (Ritmo). Agindo da forma correta (Causa), estaremos espalhando boas sementes que, mais cedo ou mais tarde, se tornarão doces frutos (Efeito).

Um abraço e até mais!

Frater Amduscias

ANKH – USA – SEMB

*O texto sobre s quatro mundos é uma breve adaptação de um trecho do livro "A cabala do Dinheiro" de Nilton Bonder.

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